segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mensagens psicografadas diminuem a dor por mães e filhos desencarnados

A lei do amor, que rege todas as criaturas, parece ser perceptível com maior intensidade entre mães e filhos. É clichê, démodé, chavão, mas é verdade. Até a mais dura crosta que possa envolver um coração feminino se desfaz na maternidade. Uma incrível capacidade de depositar em criaturas oriundas do seu ventre o mais precioso sentimento toma conta do corpo da mulher.
Quando mãe ou filho se vêem na inimaginável ausência física imposta pelo desencarne, ou pela morte, angústia e saudade são muitas vezes causas de uma profunda depressão. Muitas pessoas enchem as casas espíritas à procura de um consolo, através de qualquer tipo de comunicação com quem desencarnou. “É grande a quantidade de mães que procuram seus filhos e de filhos que procuram suas mães durante as reuniões em que psicografamos”, conta o médium João Braga.
O médium é coordenador de um trabalho conhecido com “Enxuga lágrimas”, que atende pessoas que procuram comunicação com seus entes queridos já desencarnados. Segundo João Braga, há sete anos o Centro Espírita Lar da Caridade, situado no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, faz esse tipo de atendimento. Muitas mães e filhos já passaram por lá e conseguiram alguma mensagem do desencarnado. Mas existem também aqueles que passam anos freqüentando o local e não conseguem nenhum tipo de contato. Isso é explicado por uma frase célebre do maior médium brasileiro, Chico Xavier: “O telefone só funciona de lá para cá”. Ou seja, quem diz a hora certa de se comunicar são os desencarnados. “Existe toda uma preparação para que a comunicação aconteça. Primeiro, há a vontade e a capacidade do espírito desencarnado de se comunicar. Depois o médium tem que ter sintonia vibratória com o espírito. Aí é feito um trabalho pelo plano espiritual para que o parente ou amigo encarnado seja levado até a casa espírita para que receba a mensagem”, explica. A pessoa é “levada” para lá depois de uma “conspiração” dos espíritos esclarecidos que trabalham junto com os médiuns da casa espírita ou dos espíritos que acompanham o desencarnado que quer se comunicar. Isso pode acontecer como aviso através de um sonho, de amigos que, durante uma conversa com amigos que tocam no assunto, de várias formas.
O processo de psicografia O atendimento no “Enxuga lágrimas” acontece todos os sábados. João Braga psicografa cerca de cinco mensagens por dia. Impressionantemente, João consegue escrever cerca de 12 páginas em 20 minutos. O mecanismo funciona assim: o perespírito do desencarnado se aproxima do perespírito de João e acontece uma espécie de fusão, uma troca de fluidos que permite que João consiga “trocar pensamentos” com o espírito. O espírito “diz” e João capta. O médium, então, coloca com suas palavras a mensagem no papel. A letra nem sempre sai de forma legível. Isso acontece por conta da influência espiritual que João está recebendo, sem conseguir manter suas faculdades normais. A letra, então, sai tremida, borrada. Para suprir isso, a equipe que acompanha João Braga imediatamente corrige todo o teor da mensagem. A mensagem é lida em voz alta e, após identificado o destinatário, é entregue. Após cada mensagem, há um esquecimento natural do que foi passado. João não lembra do que ouviu, ou do que escreveu. Conteúdo das mensagens Geralmente quem desencarna tem a preocupação de tranqüilizar quem fica neste plano, acabando com o sofrimento dos entes queridos. “Já conseguimos mensagens de muitos filhos querendo acabar com o sofrimento de suas mães. A maioria delas não se conforma com a perda, sem saber que, na verdade, o filho está bem amparado espiritualmente, apenas sofrendo com o sofrimento que ela emana”, explica João. Existem aqueles freqüentadores do “Enxuga lágrimas” que vão muitas vezes e acabam criando vínculo com o Lar da Caridade. Muitos deles conseguem receber mais de uma mensagem. A primeira delas, geralmente, tem esse teor de passar tranqüilidade aos que ficaram. A partir da segunda mensagem, o espírito já conta outras coisas da vida espiritual. “É como se ele tivesse feito uma viagem e mandasse um postal para a família contando como é o lugar, o que tem feito. Contam sobre lugares que visitaram, atividades que têm no plano espiritual”, ressalta. Chamamento para pensamentos de amor O mais importante em receber uma mensagem psicografada ou manter qualquer tipo de contato com entes queridos desencarnados, é saber que quando morremos não acabamos simplesmente. Não viramos pó, não somos sepultados com o corpo. O espírito vive em outros planos. E, na maioria das vezes, vive melhor sem o corpo material, dependendo apenas do adiantamento moral de cada um. O que filhos, mães ou outros entes queridos querem dos que permanecem neste plano é que continuem suas missões sabendo que eles nunca esquecerão de nós encarnados e, do plano espiritual onde habitam, continuam auxiliando e amando com mais força. Afinal, laços de família não se desfazem com a morte.
(Portal AZ - Informação de verdade - O portal de Notícias do Piauí)

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